Num futuro próximo, são grandes as chances de termos um Brasil com mais avós do que netos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2060, a população brasileira acima dos 60 anos representará 31,81% do total. Isto significa que muitos de nós poderá facilmente ultrapassar a marca dos 100 anos. Mas para chegar bem nessa reta final, planejar-se é indispensável: altas doses de autocuidado e educação financeira e previdenciária serão os melhores aliados para correr essa maratona da aposentadoria.
Vale lembrar que aposentadoria “de novela” é artigo raro na vida real. Garantir conforto e tranquilidade para essa nova etapa é uma conquista diária; ninguém usufrui das reservas de uma formiga depois de décadas se comportando como uma cigarra imprudente. Para vivermos bem uma vida que tende a ser cada vez mais longa, precisaremos repensar a relação com o trabalho e aprender a poupar o quanto antes.
Ter duas ou três profissões ao longo de toda a fase laboral tem se tornado cada vez mais comum. Ninguém é obrigado a ficar preso às escolhas tomadas no passado; quando existe desejo, sempre é possível aprender coisas novas e se reinventar. Especialistas também defendem a ideia de uma carreira permeada de múltiplos estágios com intervalos e transições. Em determinado período, por exemplo, a prioridade pode estar em aumentar o ritmo de trabalho para incrementar a renda e comprar um imóvel; em outro momento, o interesse pode ser investir num mestrado, doutorado ou, quem sabe, trabalhar de casa e ter mais tempo para acompanhar a criação dos filhos pequenos. Essas escolhas devem ser tomadas de forma individual e baseadas as expectativas que cada um tem para seu presente e futuro.
Como se preparar atualmente para a aposentadoria?
“Não me vejo com 60 anos. Sequer como aposentada”, comenta rindo Lúcia Vasconcelos, Participante da Fachesf. Depois de 34 anos de emprego formal na área contábil e administrativa, a paulista radicada no Recife (PE) optou por seguir novos caminhos: revisitar o antigo sonho de ser psicóloga. “Sempre me interessei pelo tema do autocuidado e fiz vários cursos na área de terapias alternativas. Com a possibilidade da aposentadoria, decidi me alinhar ao meu propósito de vida e começar uma nova carreira como terapeuta energética”, conta.
Lúcia aprendeu com os pais a não gastar tudo que ganha. Desde a época de estagiária, poupava como podia. Não é à toa que chegou aos 60 (marca etária de pessoa idosa) num lugar de conforto e tranquilidade financeira.
O atípico ano de 2020 foi o primeiro para Lúcia Vasconcelos no papel de aposentada e trabalhadora autônoma. Em meio à pandemia (e meses de confinamento), ela passou a ler num ritmo frenético – um livro por semana – e se capacitou com diversos cursos à distância. O resultado do esforço foi observar que suas possibilidades de atuação profissional se ampliaram. E isso trouxe novas responsabilidades, pois passou a ser sua própria chefe. Para isso, teve de reaprender também a organizar a rotina com disciplina e dedicação.
“Se não tivesse a segurança de uma reserva financeira, não teria optado pelo desligamento do meu emprego. Mas hoje posso dizer que não dependo da renda da minha atividade autônoma para viver. Óbvio que dinheiro é ótimo e consequência positiva do trabalho, porém a motivação principal é ajudar as pessoas por meio de metodologias nas quais acredito porque transformaram minha vida”, comenta.
Além dos estudos, o cotidiano da terapeuta energética envolve atividades físicas regulares. A prática de pilates e de tai chui chuan, um tipo de arte marcial chinesa, contribui para seu bem-estar físico e mental. “Sou feliz porque sou grata. Expresso minha gratidão diariamente pelas coisas mais simples. Acho que essa é minha chave para prosperidade”, diz com um sorriso largo no rosto. E completa: “É engraçado ser ouvida para uma matéria sobre o Dia do Aposentado porque não me sinto aposentada. Acho que vou viver até pelo menos 100 anos. Estou em um momento de muita energia e atividade”.
Já não se fazem aposentados como antigamente
A psicóloga Lynda Gratton e o economista Andrew Scott, professores da Universidade de Londres e autores do livro Uma vida de 100 anos: viver e trabalhar na era da longevidade (no título original, 100-year life: living and working in an age of longevity) defendem que as escolhas feitas por pessoas como Lúcia contribuem para o bem-estar da sociedade de forma geral.
Isso porque, tradicionalmente, viver por mais tempo era visto como ser velho por mais tempo. Evidências apontam que esse entendimento será revertido pois as pessoas serão mais jovens por mais tempo. “Com visão de futuro e planejamento, uma vida longa é um presente, e não um martírio. É uma vida cheia de possibilidades, e o maior presente é o presente do tempo. Como você escolhe usar e estruturar esse tempo é a questão central em viver mais”, pontuam os escritores.
Em outras palavras, vale dizer: cada maratona é pessoal e intransferível. Como cada um fará este percurso vai depender das escolhas feitas ao longo da vida. E você? Como tem se preparado para esse desafio?
Dia Nacional do Aposentado
Para comemorar o Dia Nacional do Aposentado, celebrado em 24 de janeiro, a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) preparou a Semana Nacional do Aposentado: uma programação online e gratuita de palestras que sustentam o envelhecimento ativo e a preparação previdenciária. A jornada será realizada de 26 a 29 de janeiro, sempre às 15h, no canal do YouTube da entidade.
Para ocasião da homenagem aos aposentados, cada fundação associada à Abrapp indicou um Participante para representar todos os seus assistidos. O homenageado da Fachesf é o recém-aposentado Ridelson Francisco da Silva, 61 anos, que trabalhou como técnico na Chesf por mais de 30 anos e, antes de se desligar da Companhia, fez questão de estimular a adesão dos familiares ao plano de previdência complementar da Fundação, o RealizePrev.
“Contar com o apoio do da Fachesf na aposentadoria faz toda a diferença. É um momento de descanso merecido. Pretendo curtir o máximo possível e viajar bastante com minha família”, comenta Ridelson.
(Na foto, Ridelson com a esposa Sheila e as filhas Karina e Camila)
Ao longo da Semana Nacional do Aposentado, a Fachesf divulgará a programação da Abrapp em suas redes, com discussões e repercussões dos temas abordados. Acompanhem por aqui.
Cicero de Menezes neto
24 janeiro
Ser aposentado é um dos maiores privilegio que um trabalhador conquista , principalmente , se ele , se preparou ao longo da sua vida , tanto financeiro , como psicológico , , porque ele vai ter uma mudança drástica na sua rotina de vida , me aposentei em 2013 , depois de trabalhado 41 anos e oito meses na CHESF , hoje me sinto realizado , tanto financeiro , como pessoal , , não tenho nada a reclamar , só agradecer a Deus , pelo privilégio de ter uma vida que tenho , em todos os sentidos . Minha rotina de vida se resume em andar 8 KM , de Segunda a Sexta , ler um bom livro , e ajudar na rotina de casa , assim vou preenchendo meu precioso tempo , até quando Deus quiser
Fachesf
25 janeiro
Olá, Cícero. Agradecemos pela participação e depoimento. A aposentadoria é mesmo um período de grandes mudanças, por isso a preparação para esta etapa da vida é fundamental. Parabéns pelas conquistas!
Evania Duarte
25 janeiro
Excelente matéria 🙂
Fachesf
25 janeiro
Agradecemos sua presença aqui, Evania! Que bom que você gostou da matéria 🙂