O que te dá esperança no amanhã?

O menino Francisco, de 6 anos, está em quaretena com a mãe num apartamento de 90m2. Há quatro meses, não vai à escola nem brinca com nenhuma outra criança. A pandemia do novo coronavírus roubou do menino sua maior paixão: ir ao parquinho escavar ossos de dinossauro, atividade que realiza com atenção e esmero de cientista. “Mãe, a vida com esse vírus não tem graça. A gente não pode fazer nada do que fazia antes”, lamentou a criança.

Carol, a mãe do pequeno paleontólogo, uma fotógrafa freelancer que segue à risca as recomendações de distanciamento social desde março, início da pandemia no Brasil, ficou estarrecida com a colocação do filho. “Eu me preocupo muito com a saúde mental do Francisco no meio dessa pandemia. É um desafio imenso manter a sanidade quando estamos impedidos de sair de casa há mais de dois meses. Eu tenho medo de termos uma geração de crianças deprimidas em decorrência disso”, desabafou.

Como ajudar um menino de 6 anos a atravessar um presente tão denso e repleto de impedimentos? O remédio da mãe foi administrar pequenas doses diárias de amor pelo futuro. Ao perceber o entristecimento progressivo do filho, Carol afroxou as regras e adaptou o confinamento à sua realidade. Ela e o filho, protegidos por máscara, óculos, luvas e garrafas de álcool em gel, passaram a fazer uma curta e essencial ida ao parquinho ao lado de casa, nas primeiras horas da manhã. O menino carrega uma sacola com martelo, estaca e escova: ferramentas essenciais para encontrar o fóssil do tiranossauro-rex que deve repousar em algum lugar embaixo da terra, ali perto.

O menino encontra uma pedra e a escova bem, remove a terra, examina. “Eu acho que é um fóssil, mãe. Ainda não sei do quê”, diz. A mãe registra, no celular, o vídeo da escavação para o diário de memória familiar. “Essa vontade de escavar é o que está mantendo Francisco bem. Ele se agarra a essa esperança concreta, tem certeza de que vai escavar um osso de tiranossauro-rex quando esse vírus for embora. E eu alimento essa esperança da forma que posso”, diz Carol.

Esse pequeno conto da vida real durante a pandemia é um exemplo que ilustra com perfeição as reflexões do economista Eduardo Giannetti, na excelente obra O Valor do Amanhã (Companhia das Letras, 2012).  O autor resume: “o prazer e a dor atam-nos ao presente; a apreensão, a ambição e o sonho projetam-nos ao futuro”. O livro é uma reflexão valiosa sobre a natureza dos juros, um princípio que vai muito além da esfera econômica, é fenômeno natural palpável da natureza.

E você? Qual é o osso de dinossauro que está te mantendo de pé durante os meses de pandemia? Quais os desejos de realização que te dão força para acordar num presente tão cheio de incertezas e desafios? Compartilha com a gente nos comentários <3

 


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